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5 de março de 2013

Uma curta história sobre Hugo Chávez

Em um dos meus dias de cão em busca de pautas durante os Jogos Olímpicos, em Londres, vejo uma concentração de pessoas acima do normal em frente à Vila Olímpica. Na esperança de ali encontrar alguma "notícia", me aproximo da muvuca e vejo um rapaz sentado, envolto de câmeras de TV, microfones, jornalistas e "curiosos", como gostamos de chamar os enxeridos.

Era Ruben Limardo, que havia vencido no dia anterior sua categoria na esgrima, levando pra casa a medalha de ouro. Medalha essa que significava muito para a Venezuela - era apenas a segunda dourada da história do país, sem muita tradição em Olimpíadas.

Mesmo com o fator histórico, o que mais espantava a mim e aos outros jornalistas presentes era a adoração do atleta por Hugo Chávez. Ruben conseguia citar o nome do presidente venezuelano em absolutamente todas as respostas às perguntas-clichê feitas por nós. "Como é ganhar essa medalha?", perguntávamos. "É incrível honrar meu país e nosso presidente. Me sinto muito feliz em dar esse presente a quem tanto nos presenteou", ditava o esgrimista.

Foi difícil colher aspas que fugissem da adoração ao presidente.

Como não tive a oportunidade de conhecer outros venezuelanos, não sei se era algo genuíno ou imposto. Independente disso, aquilo me fez refletir muito sobre a influência de um líder político sobre os cidadãos governados.

E de como a política é capaz de construir heróis - também, genuínos ou não.

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