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8 de abril de 2013

Obrigado, São Paulo

Quando eu me mudei pra São Paulo, há mais de 4 anos, tinha uma ideia utópica, impenetrável, de que era essa a cidade em que as pessoas tinham mais facilidade para "ganhar a vida".

A violência, o caos do trânsito, das chuvas e a competitividade do mercado não me acanhavam. Contrariamente, davam-me a dimensão do que era morar na "locomotiva do País"; lembravam-me disso a todo tempo, aliás.

Chegava janeiro, fevereiro e março e eu me dispunha a diariamente atentar São Pedro: hoje não vai chover, olha esse sol, esse céu! A "terra da garoa", em resposta, era capaz de em minutos escurecer, molhar, ou melhor, ensopar e dramatizar a volta pra casa. Cenário de dar inveja à sétima arte, diga-se. O herói, no caso o paulistano, já teria a jornada perfeitamente traçada.

A vida noturna - pra quem veio de uma cidade em que durante a semana o ponto alto é a sorveteria e aos finais de semana, a praça - mostrou-se um presente bastante justo, contraponto ao ônus do trabalho, do trânsito, da correria habitual. "A cidade que nunca para" tava sempre ali, de segunda à segunda, 24h por dia, com algum programa disponível. Augusta, Paulista, Vila Madalena dos coxinhas e tantos outros lugares em bairros pouco notívagos. Se fosse especificar não caberia aqui.

Viver em São Paulo não fez com que eu deixasse de acreditar em nenhum desses clichês. Essa é a cidade mais incrível que já conheci na vida. Incrível, leia-se ao pé da letra: não dá pra crer em como conseguimos viver em uma cidade com tantos problemas, em que a distância entre lazer e trabalho se faz tão gritante. Meio que vive-se pra trabalhar, trabalha-se pra viver, como dizem por aí.

E só pra aclichezar um pouco mais: nunca vou esquecer São Paulo, parte por me amadurecer as ideias e outra parte - essa gigantesca - por ter me apresentado tantas pessoas sensacionais.

Obrigado, São Paulo. Até breve!

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