Quando
eu me mudei pra São Paulo, há mais de 4 anos, tinha uma ideia utópica,
impenetrável, de que era essa a cidade em que as pessoas tinham mais
facilidade para "ganhar a vida".
A violência, o caos do
trânsito, das chuvas e a competitividade do mercado não me acanhavam.
Contrariamente, davam-me a dimensão do que era morar na "locomotiva do
País"; lembravam-me disso a todo tempo, aliás.
Chegava
janeiro, fevereiro e março e eu me dispunha a diariamente atentar São
Pedro: hoje não vai chover, olha esse sol, esse céu! A "terra da garoa",
em resposta, era capaz de em minutos escurecer, molhar, ou melhor,
ensopar e dramatizar a volta pra casa. Cenário de dar inveja à sétima
arte, diga-se. O herói, no caso o paulistano, já teria a jornada
perfeitamente traçada.
A vida noturna - pra quem veio de uma
cidade em que durante a semana o ponto alto é a sorveteria e aos finais
de semana, a praça - mostrou-se um presente bastante justo, contraponto
ao ônus do trabalho, do trânsito, da correria habitual. "A cidade que
nunca para" tava sempre ali, de segunda à segunda, 24h por dia, com
algum programa disponível. Augusta, Paulista, Vila Madalena dos coxinhas
e tantos outros lugares em bairros pouco notívagos. Se fosse
especificar não caberia aqui.
Viver em São Paulo não fez com
que eu deixasse de acreditar em nenhum desses clichês. Essa é a cidade
mais incrível que já conheci na vida. Incrível, leia-se ao pé da letra:
não dá pra crer em como conseguimos viver em uma cidade com tantos
problemas, em que a distância entre lazer e trabalho se faz tão
gritante. Meio que vive-se pra trabalhar, trabalha-se pra viver, como
dizem por aí.
E só pra aclichezar um pouco mais: nunca vou
esquecer São Paulo, parte por me amadurecer as ideias e outra parte -
essa gigantesca - por ter me apresentado tantas pessoas sensacionais.
Obrigado, São Paulo. Até breve!
8 de abril de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário